quarta-feira, 19 de novembro de 2008

As Causas da Homossexualidade

Existe gente que acha que os homossexuais já nascem assim. Outros ao contrário, dizem que a conjunção do ambiente social com a figura dominadora do genitor do sexo oposto é que decisivos na expressão da homossexualidade masculina ou feminina.
Como separar o patrimônio genético herdado involuntariamente de nossos antepassados da influência do meio, foi uma discussão que monopolizou o estudo do comportamento humano durante pelo menos dois terços do século XX.
Os defensores da origem genética da homossexualidade usam como argumento os trabalhos que encontram concentração mais alta de homossexuais em determinadas famílias e os que mostraram maior prevalência de homossexualidade em irmão gemeis univitelinos criados por famílias diferentes sem nenhum contato pessoal.
Mais tarde, com os avanços dos métodos de neuro-imagem, alguns autores procuram diferenças na morfologia do cérebro que explicassem os comportamentos homossexuais.
Os que defendem a influência do meio têm ojeriza aos argumentos genéticos. Para eles, o comportamento humano é de tal complexidade que fica ridículo limitá-lo à bioquímica da expressão de meia dúzia de genes. Como negar que a figura excessivamente protetora da mãe, aliada à do pai pusilânime, seja comum a muitos homens homossexuais?
Ou que a ligação forte com o pai tenha influência na definição da sexualidade da filha? Sinceramente, acho essa discussão antiquada. Tão como discutir se a música que escutamos ao longe vem do piano ou do pianista.
A propriedade mais importante do sistema nervoso central é sua PLASTICIDADE.
De nossos pais herdamos o formato da rede de neurônios que trouxemos ao mundo. No decorrer da vida, entretanto, os sucessivos impactos do ambiente provocam tamanha alteração plástica na arquitetura dessas redes primitiva que ela se tronou absolutamente irreconhecível e original.
Cada indivíduo é um experimento único da natureza; Por que resulta da interação entre uma arquitetura de circuitos neuronais geneticamente herdadas e a experiência da vida. Ainda que existam irmãos geneticamente iguais, jamais poderemos evitar as diferenças dos estímulos que moldarão à estrutura microscopia de seus sistemas nervosos.
Da mesma forma, mesmo que o oposto fosse possível – garantimos estímulo ambiental idênticos. Idênticos para dois recém-nascidos diferentes – nunca obteríamos duas pessoas iguais por causa das diferenças na constituição de suas circuitaria de neurônios. Por isso é impossível existirem dois habitantes na Terra com a mesma forma de agir e de pensar.
Se taparmos o olho esquerdo de um recém-nascido por 30 dias, a visão daquele olho jamais desenvolverá em sua plenitude. Estimulado pela luz, o olho direito enxergará normalmente, mais o esquerdo não.
Ao nascer, os neurônios das duas retinas eram idênticos, porém os que permaneceram no escuro perderam a oportunidade de ser ativados no momento crucial. Tem sentido, nesse caso, perguntar o que é mais importante para a visão:
-Os neurônios ou a incidência da luz na retina? Em matéria de comportamento, o resultado do impacto da experiência pessoal sobre os eventos genéticos, embora seja mais complexo e imprevisível, é regido por interações semelhantes.
No caso da sexualidade, para voltar ao tema, uma mulher com desejo sexual por outras pode muito bem casar-se e até ser fiel a um homem, mais jamais deixará de se interessar por mulheres.
Quantos homens casados vivem experiências homossexuais fora do casamento?
Teoricamente, cada um de nós tem discernimento para escolher o comportamento pessoal mais adequado socialmente, mais não há quem consiga esconder de si próprio suas preferências sexuais.
Até onde a memória alcança, sempre existiram maiorias de mulheres e homens heterossexuais e uma minoria de homossexuais.
O espectro da sexualidade humana é amplo e de alta complexidade, no entanto; Vai dos heterossexuais empedernidos aos que não têm o mínimo interesse pelo sexo oposto. Entre os dois extremos, em gradações variadas entre a heterossexual e a homossexualidade, oscilam os menos ortodoxos.
Como o presente não nós faz crer que essa ordem natural vá se modificar, por que é tão difícil aceitarmos a riqueza da biodiversidade sexual de nossa espécie? Por que insistirmos no preconceito contra um fato biológico inerente à condição humana?
Em contraposição ao comportamento adotado em sociedade, a sexualidade humana não é questão de opção individual, como muitos gostariam que fosse ela simplesmente se impõe a cada um de nós.
Simplesmente é!

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